O ronco é, de longe, a motivação mais frequente para a busca de avaliação nos consultórios de medicina do sono.
E um dos motivadores para isso é que cerca de 50% da população de meia idade sofre com ronco noturno. E outra parte expressiva divide a cama com pacientes roncadores, o que acaba em fracionamento do sono e prejuízo para ambos.
Não é a toa que um dos termos mais buscados na internet é “como dormir com uma pessoa que ronca”
MAS, VOCÊ SABIA QUE RONCAR PODE PREJUDICAR A SAÚDE?
A literatura científica relaciona o ronco ao risco de doenças metabólicas e cardiovasculares.
Em especial, nos casos em que está associado à Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), caracterizada por um quadro de paradas respiratórias repetidas (apneia) ou pela redução de 30% a 50% do fluxo respiratório (hipopnéia) durante a noite. As vias aéreas são bloqueadas total ou parcialmente pelo relaxamento dos tecidos da faringe e língua, limitando a quantidade de ar que chega aos pulmões.
Cerca de 35% das pessoas que apresentam ronco habitual sofrem com apneia. Esta condição traz sintomas físicos como ronco alto, sono agitado, sonolência diurna, hipertensão arterial, arritmia cardíaca, cefaléia matinal, impotência sexual e refluxo gastroesofágico noturno. E psicológicos como irritabilidade, mudança de personalidade, depressão, redução da concentração e da capacidade intelectual.
Na verdade, o ronco é um fator a se considerar para determinar a presença e gravidade da apneia obstrutiva do sono. No entanto, de forma isolada não é suficiente para predizer o grau de apneia obstrutiva do sono.
Aqui na OdontoKnoll participamos de um estudo sobre Apneia Obstrutiva do Sono e você pode aproveitar para saber mais sobre o assunto. Acesse clicando aqui.
RONCO NÃO É SEMPRE IGUAL, ELE ESTÁ NO OUVIDO DE QUEM OUVE
O ronco varia entre os gêneros e idade, além de, na maioria dos casos, ser uma queixa do parceiro ou parceira de cama. Isso faz com que exista uma subjetividade do limiar de tolerância do barulho ou do som da respiração, ou seja, o ronco está no ouvido de quem ouve.
Pode ser transitório, quando a sua causa está relacionada, por exemplo, a rinites ou infecções agudas da vias aéreas superiores. E também pode ser contínuo ou intermitente, com intensidade de som variável durante a noite e com interferência direta de fatores como a posição de dormir, alterações anatômicas, sobrepeso e obesidade e outros fatores de risco. E nestes casos, sempre há necessidade de avaliá-lo clinicamente considerando outros sinais e sintomas.
Por ser um fenômeno com apresentações diversas e plural em suas causas, o ronco ainda requer estudos para melhor conhecê-lo. No entanto, precisamos destacar que, enquanto as pessoas pensam que é um fenômeno natural e evolutivo, consequência do envelhecimento, mais difícil será o diagnóstico e tardio o tratamento.
Concluindo, o ronco não é igual para todos, é sim, um aviso que nossa respiração durante o sono requer atenção e precisa ser avaliada.
CONTINUAMOS NO DESEJO DE MELHORES NOITES DE SONO, MAIS TRANQUILAS E SAUDÁVEIS.
Baseado em publicação da Associação Brasileira do sono – Edição no. 24.
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